quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Manuel Alegre no comício de Évora

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Este é o momento de resistir
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“Este é o momento de resistir”, afirmou Manuel Alegre na passada 4ª feira, dia 12, em Évora, fazendo um veemente apelo “a todas as forças políticas” para “sermos capazes de resolver os nossos problemas”, resistindo às pressões que vêm de fora. Num entusiástico comício realizado no Teatro Garcia de Rezende, o candidato acusou Cavaco Silva de ter deixado palavras de “suspeição” sobre a operação de venda de dívida portuguesa nos mercados internacionais e de instabilidade política para levar a direita ao poder.
No início da sua intervenção, por diversas vezes interrompida por prolongados aplausos e vivas à República, Manuel Alegre foi directo à polémica em torno da eventual iminência de uma crise política levantada pelo actual Presidente, ao comentar os resultados da recente operação de venda de dívida pública portuguesa nos mercados internacionais.
“Num momento em que se esperava de um Presidente da República uma palavra de confiança, o candidato Cavaco Silva deixou hoje uma palavra de dúvida e de suspeição sobre os resultados do leilão de dívida que tornaram mais longe de Portugal o FMI”, criticou Manuel Alegre, acrescentando que “num momento em se esperava que o Presidente da República fosse um garante da estabilidade política, fez na Guarda uma ameaça de crise política para abrir as portas do poder aos partidos da direita, que querem o poder todo em Portugal”.
Para Manuel Alegre, Cavaco Silva “não é um garante de estabilidade financeira” porque tem “uma atitude de submissão em relação aos mercados” e “não é capaz de um gesto, uma palavra ou uma crítica contra a ofensiva especulativa.” Segundo o candidato, o ainda Presidente também não é “um garante da estabilidade social, porque não é capaz de se pronunciar sobre o projecto de revisão constitucional dos partidos que o apoiam e que significa uma estratégia contra o Estado Social”. E também “não é um garante de estabilidade política” porque quer “agradar” aos que esperam que ele seja eleito “para dissolver a Assembleia da República e pôr no poder os partidos que o apoiam”, denunciou.
Face às pressões para a entrada do FMI em Portugal, Manuel Alegre criticou Cavaco Silva por “neste momento não se ouvir a voz do Presidente”. “Este é o momento de resistir”, afirmou, num apelo a “todas as forças políticas” para que sejamos capazes de “resolver os nossos problemas sem que venham de fora ditar-nos ou dizer-nos aquilo que devemos fazer”.
Afirmando que “é preciso falar forte contra os mercados financeiros”, Manuel Alegre fez levantar a multidão de apoiantes quando proclamou: “eu não quero Portugal de joelhos, eu quero Portugal de pé”.
Nas intervenções que precederam a do candidato, o seu mandatário distrital, José Luis Cardoso, enquanto capitão de Abril, saudou o contributo de Manuel Alegre para a construção da democracia portuguesa. Helena Pinto, deputada do Bloco de Esquerda, num discurso com foco nas questões da igualdade de género, sublinhou que o candidato “sempre esteve e está do lado das mulheres”, em contraponto com Cavaco Silva que “esteve sempre do lado errado”, afirmando que “Manuel Alegre será voz constante neste combate civilizacional”.
Por sua vez, para o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, “apoiar Manuel Alegre não é um motivo de distinção para ele, é motivo de honra para nós”. “Através de uma atitude mais aberta e cosmopolita, Manuel Alegre deu contributos para a transformação e modernização da sociedade e para o aprofundamento do conceito de dignidade humana”, salientou o dirigente socialista na sua intervenção.

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