terça-feira, 18 de janeiro de 2011

EU VOTO MANUEL ALEGRE!


Eduardo Basso
Director do jornal ECOS
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As eleições presidenciais de 2011, marcadas para o próximo dia 23 de Janeiro, realizam-se num quadro político substancialmente diferente daquele a que Portugal assistia aquando das eleições presidenciais de há 5 anos atrás.
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Desde logo porque em 2006 existia um Governo de maioria absoluta do Partido Socialista e não se vislumbrava qualquer perigo iminente de se assistir a uma crise política no caso de vir a ser eleito o candidato Cavaco Silva. Em 2011, o Partido Socialista governa em minoria e não são nada animadoras as referências veladas do candidato e dos seus apoiantes, especialmente do líder do PSD, à necessidade de uma presidência mais intreventiva no caso de vir a ser eleito, na senda do velho sonho da direita portuguesa de vir a ter finalmente “Um Governo – Um Presidente”.
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Por outro lado, Cavaco Silva revelou um comportamento de crescente crispação com o Governo maioritário do Partido Socialista, vetando sucessivos diplomas do Governo ou da Assembleia da República apoiados pelos socialistas (outros, antes dele, por muito menos foram apelidados de força de bloqueio), criou crises fictícias (quem não se lembra da célebre encenação das escutas telefónicas despoletada pelos seus próprios assessores) e colou com cada vez maior persistência as suas atitudes políticas às do Partido de que foi Presidente.
E não fora o mandato claro que o eleitorado em 2009 voltou a dar ao Partido Socialista, apesar das medidas que tomou e que afectaram os interesses corporativos instalados de alguns sectores, e o quadro político seria concerteza substancialmente diferente, para pior, daquele em que apesar de tudo ainda vivemos.
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Cavaco Silva foi, durante o seu mandato, o espelho da contradição e do político de 2 caras: tanto foi capaz de num dia manifestar o seu apoio às medidas do Governo para combate à crise económica e financeira do País, como, no dia a seguir, se aprestava a mandar recados a desresponsabilizar-se do estado do país, como se os portugueses tivessem memória curta e não se lembrassem de que foram os governos que liderou os responsáveis pela crise financeira que conduziu à intervenção do FMI em Portugal sem que, na altura, tivesse existido uma crise internacional da dimensão da que assistimos em 2009 e 2010.
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Mas Cavaco Silva acabou ainda pior. A máscara de político honesto, de político sacrificado pelo bem dos pobres, de político preocupado com o flagelo da fome que atinge muitos portugueses fica demasiado larga a quem aceita vender acções com um lucro de 140%, com a assinatura do Presidente de um Banco a contas com a Justiça Portuguesa por comprovada gestão danosa desse Banco e que por sinal foi seu Secretário de Estado.
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Por tudo o que atrás fica dito, em 2011 há muito mais razões e razões muito mais importantes do que havia há 5 anos atrás para impedir que o candidato Cavaco Silva, apoiado pela direita portuguesa, seja eleito Presidente da República.
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Por isso, em 2011, vou votar em Manuel Alegre, o único candidato com condições políticas e pessoais para impedir que tal aconteça…
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e não o faço por qualquer tipo de oportunismo político: é que em 2006 também já tinha votado em Manuel Alegre.
Não quero dizer com isto que todos os que não votaram Manuel Alegre em 2006 e o vão fazer em 2011 o fazem por oportunismo político.
Mas que os há…há!

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